domingo, 17 de abril de 2011

O BICHO
Vi ontem um bicho na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. Manuel Bandeira (1886-1968)
O que mata um jardim não é o abandono... O que mata um jardim é esse olhar vazio De quem por ele passa indiferente. (Mário Quintana)





















































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PRESENTES

As pessoas são presentes de Deus para mim.
Já vem embrulhados, alguns lindamente e outros de modo menos atraente.
Alguns foram danificados no correio; outros vem por “entrega especial”; alguns são desarmados; outras hermeticamente fechados.
Mas o presente não é a caixa e sim o que está dentro dela; esta é uma importante descoberta. É tão fácil cometer um erro a esse respeito! Julgar o conteúdo pela aparência...
Às vezes, o presente é aberto com facilidade; às vezes é preciso de ajuda. Talvez porque tenham medo. Talvez porque já tenham sido magoados antes e, não queriam ser magoados de novo. Pode ser que já tenham sido abertos e depois jogados fora. Pode ser que agora se sintam mais como “coisas” do que “pessoas humanas”.
Sou uma pessoa como todas as outras, também sou um presente de Deus encheu-me de uma bondade que é só minha. E, contudo, às vezes tenho medo de olhar dentro de uma caixa. Talvez eu tenha medo de me desapontar... Talvez não confie em meu próprio conteúdo. Ou pode ser que eu nunca tenha realmente aceitado o presente que eu sou...
Todo o encontro e relacionamento entre pessoas é uma troca de presentes...
O meu presente sou eu; e o seu presente é você.
Somos presentes um para outro...

John Powell

Quase acredite...

Quase acredite

Quase acreditei que não era nada,
ao me tratarem como nada.

Quase acreditei que não seria capaz,
quando não me chamavam por acharem que eu não era capaz.

Quase acreditei que não sabia,
quando não me perguntavam por acharem que eu não sabia.

Quase acreditei ser diferente,
entre tantos iguais, entre tantos capazes e sabidos,
entre tantos que eram chamados e escolhidos.

Quase acreditei estar de fora,
quando me deixavam de fora porque... que falta fazia?

E de quase acreditar adoeci;
busquei ajuda com doutores, mestres, magos e querubins.

Procurei a cura em toda parte e ela estava tão perto de mim.

Me ensinaram a olhar para dentro de mim mesmo e perceber que sou exatamente como os iguais que me faziam diferente.

E acreditei profundamente em mim.
E tenho como dívida com a vida fazer com que cada ser humano
se perceba, se ame, se admire de si mesmo,
como verdadeira fonte de riqueza.

Foi assim que cresci:
acreditando.

Sou exatamente do tamanho de todo ser humano.

E por acreditar perdi o medo de dizer, de falar,
participar e até de cometer enganos.

E se errar?
Paciência, continuo vivendo por isso aprendendo.
E errar é humano.